OS DESAFIOS NA BUSCA DOS MORADORES DAS VICINAIS

As estradas do interior dos municípios do estado de Roraima mostram as grandes dificuldades dos moradores que moram nessas vicinais. Não podemos dizer que são estas vicinais a causa da evasão ou estagnação do crescimento de Caracaraí, mas contribuem em grande medida. Não é meu interesse desqualificar aqui o município onde moro, mas ajudar no diagnóstico e na busca de soluções para este mau.
Temos muitas coisas que ajudaram a manter o município entre os que pouco cresceram nos últimos dez anos, entre elas estão: mudanças de muitos jovens para a capital do estado ou para Manaus, para continuação dos estudos; acompanhamento dos agricultores por parte dos poderes públicos, quanto ao que plantar ou na maneira de lidar com tais culturas, uma vez definidas; temos ainda o aumento dos grandes proprietários de terras no município. Há vicinais que pertencem em sua extensão a uma  ou duas pessoas; dificuldades de escoamento da produção. Conheço relatos de pessoas que perderam grande parte do que produziram. Um dos grandes fatores, tem sido a falta de energia elétrica, pois o nosso município se encontra entre os mais atrasados nesse investimento, enquanto outros caminham a passos largos.
Embora não seja especialista no assunto, pude ver em cada vicinal por onde andei, e posso dizer que andei noventa por cento das estradas deste município, e em todas as suas fronteiras por onde deu de ir de carro ou moto, presenciei e ouvi relatos de muitos moradores, sobre suas principais necessidades, tomando sempre a iniciativa de saber sobre como estavam suas vidas nos sítios e o que desejavam como mudanças. Foi esmagadora, a grande maioria que queria ficar nos sítios, mas que esperavam melhores estradas e luz elétrica. Nas palavras de seu José "nós queremos mais conforto, pois é muito ruim viver sem luz".

O grande desafio das autoridades é como manter todo este povo no campo, se estes já estão acostumados com certos confortos que encontram quando vêm à cidade. É fato, que grande parte destes vivem só, pois não conseguem arrumar companheiras para viver em um lugar ermo sem TV, geladeira, antena parabólica e os mais que a cidade oferece.